domingo, 27 de junho de 2010

Reforma Protestante


Durante todo período feudal, o predomínio cultural pertenceu a Igreja Católica, que monopolizava a educação e a cultura. A Igreja era a única instituição centralizada de toda Europa feudal e a sua força era superior a dos reis.


Nos séculos XIV e XV, a degeneração da Igreja atingiu um grau insuportável. O alto clero vivia num ambiente de luxo. Muitas pessoas se convenciam então de que a Igreja se afastara da doutrina original de Cristo, sendo necessário faze-la retornar ao ponto de partida.


Com o surgimento das Universidades, muitos eruditos, passaram a ler a Bíblia independentemente das interpretações da Igreja, difundindo a doutrina original de Cristo. Esses eruditos, tal como Erasmo de Rotterdam, propunham uma reforma no interior da própria Igreja. O primeiro grande movimento dessa natureza foi o movimento liderado por Jan Huss, no reino da Boêmia. Outro movimento popular herético foi liderado por Wycliffe na Inglaterra. Erasmo, ao nível da crítica intelectual, e Jan Huss e Wycliffe, ao nível dos movimentos populares, podem ser considerados os precursores da Reforma Protestante.


Entretanto, o fator imediato responsável pela deflagração da Reforma Protestante foi a venda de indulgências. O Papa Leão X, necessitando de dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro, encarregou o monge dominicano João Tetzel de vender as indulgências na Alemanha. Este levou ao máximo tal comércio.


Em 1517, Martinho Lutero, monge e teólogo agostiniano, publicou sua oposição à venda de indulgências e outros abusos da Igreja através das famosas “95 Teses” fixando-as nas portas da Catedral de Wittenberg, onde era pregador. Segundo ele, “Deus não nos julga pelos pecados e pelas obras, mas pela nossa fé”. Em virtude dessa atitude, Lutero foi ameaçado de excomunhão pelo Papa Leão X, caso não voltasse atrás. Lutero recusou-se a uma retratação, sendo excomungado e convocado a comparecer frente a Dieta Imperial, que iria se reunir em Worms, para ser julgado. Nessa Assembléia, pelo fato de muitos príncipes também serem hostis à Igreja, nada foi feito contra Lutero. Entretanto, o imperador Carlos V fez passar um édito, declarando Lutero fora da Lei. Lutero refugia-se nos domínios de Frederico da Saxônia, porém passado o perigo da perseguição pelos soldados do rei, Lutero reiniciou a sua luta e a partir daí a reforma proposta por ele expandiu-se pela Alemanha.


O movimento luterano abriu caminhos para rebeliões políticas e sociais, não previstas por Lutero. Em 1524 eclodiu a Revolta dos Camponeses, composta em sua maioria por membros de uma nova seita, os Anabatistas. Extremamente agressivos e individualistas, levaram às concepções de Lutero sobre a interpretação da Bíblia e reclamavam a supressão da propriedade e a partilha das riquezas da Igreja. Lutero submetia-se as autoridades legítimas e recusou-se a apoiar os revoltosos que acabaram por serem vencidos.



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