domingo, 6 de junho de 2010

A classe senhorial do Brasil no período Colonial



No período colonial brasileiro a classe dominante era composta pelos senhores de engenho, ou seja, a sociedade açucareira era patriarcal segundo a definição de Gilberto Freyre. A maioria deles vinha da pequena nobreza portuguesa. Também podiam ser comerciantes ou aventureiros pertencentes às boas famílias lusitanas, que recebiam terras na Colônia para produção. Os senhores de engenho eram os grandes proprietários, a elite dominante que formava a aristocracia brasileira na época do Brasil colonial.

Os senhores de engenho detinham em seu poder os grandes latifúndios produtores de cana-de-açúcar, donos da terra e dos escravos, exerciam amplos poderes sobre todos aqueles que nela viviam. Dominavam e submetiam ao seu poder a mulher, os filhos, e todas as pessoas agregadas, que moravam no engenho prestando algum tipo e serviço em troca de proteção e auxilio, sendo familiares ou não, e todos os trabalhadores assalariados, tais como, feitores, mestres-de-açúcar e artesãos.

Seu domínio ultrapassava os limites da sua propriedade e a sua palavra tinha de ser respeitada e considerada como lei, contestá-la era considerado um abuso imperdoável. Tinham um grande poder político nas vilas e nas Câmaras Municipais, onde deliberavam sobre assuntos econômicos, políticos, administrativos e comerciais, interferindo diretamente na vida colonial.

A posse de escravos e de terras determinava o lugar ocupado na sociedade colonial, e podemos aqui transcrever o que disse Antonil: “ O ser senhor do engenho é o título que todos aspiram porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionadamente se estimam os títulos entre fidalgos do reino”.

Tamanho era o poder do senhor de engenho que por vezes decidia sobre a vida ou a morte daqueles que estavam sob seu domínio. A sua mulher lhe era submissa, na maioria das vezes analfabeta, e considerada com inferior. Ao morrer todos os seus bens eram herdados pelo filho mais velho que se tornaria senhor e para o qual todos deveriam obedecer.

Submetia a todos às suas vontades e caprichos, e ao se envolver promiscuamente com as suas escravas, moralista como era e com a consciência culpada, transferia a sua torpeza de caráter e perversão sexual à suposta lubricidade da raça negra.

Para terminar podemos citar Gilberto Freyre, segundo ele as condições criadas para colonização através das capitanias hereditárias e mantidas pelo sistema de produção solidificaram o poder dos senhores de engenho. O senhor de engenho ficou dominando a colônia quase que sozinho. Verdadeiros donos do Brasil. Donos da terra. Donos das mulheres. Donos dos homens.

Um comentário:

  1. Muito interessante! Conseguiram me explicar bem, e olhe que eu precisava, quenho que fazer um trabalho de pelo menos 10 parágrafos falando só sobre isso. Obrigada!

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