sábado, 31 de dezembro de 2011

Independência da Índia: Gandhi, Nehru e Jinnah



Nascido no dia 02 de outubro de 1869, em Porbandar, no oeste da Índia, Mohandas Karamchand Ganhdi, é sem a menor sombra de dúvida o mais admirado líder da independência da Índia. Aos dezoito anos foi estudar Direito em Londres e no ano de 1891 regressou a sua terra natal como advogado. Não obtendo o sucesso desejado em seu próprio país, onde permaneceu por dois anos, ele decide exercer a advocacia na África do Sul.

Estudando em fontes variadas que incluíam o hinduísmo e o cristianismo, além das obras do romancista russo Leon Tolstói, Gandhi passou a acreditar que o principal objetivo de sua vida era buscar a verdade através da não-violência e do autocontrole.

Ao retornar à Índia, no ano de 1915, o poeta Rabindranath Tagore deu-lhe o nome de Mahatma, que significa “Grande Alma”. Gandhi acreditava que somente através da renúncia aos bens materiais e aos desejos mundanos ele encontraria a verdade espiritual, limitando suas posses ao estritamente essencial. Em solidariedade com as pessoas mais humildes da Índia, ele deixou de usar roupas européias em 1921 e passou a vestir um dhoti, ou seja, uma tanga de algodão que era usada pelos camponeses.

Mahatma rejeitava todas as formas de violência, e nos trinta anos que lutou pela independência da Índia, ele incentivou o uso da desobediência civil e a resistência não-violenta contra as leis e atos que eram considerados injustos contra o povo indiano.

Com o trágico episódio ocorrido na cidade de Amritsar, onde no dia 15 de abril de 1919, tropas britânicas mataram aproximadamente quatrocentas pessoas e feriram em torno de outras mil e duzentas, Gandhi passou a empenhar-se cada vez mais em libertar o seu país do domínio da Inglaterra sendo várias vezes preso.

No dia 12 de março de 1930, partindo de sua casa, Gandhi percorre em 24 dias o caminho até a aldeia de Dandi, na conhecida marcha em protesto contra o imposto do sal, onde na praia pegou um pouco de sal e segurando sobre a sua cabeça, anunciou que fabricara sal. A partir dai as manifestações por toda a Índia começaram de forma mais atuante.

Nascido no dia 14 de novembro de 1889, em Allahabad, na Caxemira, Jawaharlal Nehru, também estudou Direito na Inglaterra, e desde o inicio de sua vida pública se identificou com as idéias pacifistas de Gandhi, tornando-se além de amigo, um discípulo que seguia seus passos no incentivo à desobediência civil sem violência, e assumiu com Mahatma Gandhi a liderança do movimento que levaria a Independência da Índia.

Sob a influência de Gandhi, Nehru muda seu estilo de vida luxuoso e os seus hábitos ocidentalizados e passa a adotar os trajes brancos dos nacionalistas indianos. Assim como Gandhi, Nehru também foi preso por participar do Movimento da Não Cooperação, permanecendo detido pelas forças britânicas durante alguns meses.

Porém, em determinado momento afastou-se de Gandhi, por divergir em torno de dois pontos de grande importância: para Nehru, a não-vilolência significava unicamente um meio de ação política e não um fundamento moral, enquanto que Gandhi lutava pelo desenvolvimento do artesanato indiano, Nehru queria uma Índia mais industrializada.

Em várias ocasiões, Jawaharlal Nehru dirigiu o Partido do Congresso, tanto como secretário-geral ou como presidente. Em sua luta pacifica pela libertação da Índia, ele acabou sendo preso por nove vezes pelos britânicos. Em 1946, quando a independência da Índia foi aceita pela Inglaterra, ocupou o cargo de vice-presidente do Conselho de Ministros e o principal responsável pela política de transição de governo, formando o primeiro governo hindu.

Pandit (professor), cognome atribuído por sua força de vontade e de liderança, assumiu no dia 15 de agosto de 1947 a função de primeiro-ministro da nova nação independente da Índia, permanecendo no poder até a sua morte no ano de 1964.

Nascido no seio de uma família muçulmana, na cidade de Karachi, no ano de 1876, Mohammed Ali Jinnah, também estudou Direito na Inglaterra. Ele era o líder dos muçulmanos na Índia Britânica, e estabeleceu-se como advogado no ano de 1896, na cidade de Bombaim.

Quando aderiu em 1913 à Liga Muçulmana, Jinnah devido a sua postura moderada acreditava na unidade das comunidades religiosas muçulmanas e hindus, porém com o passar do tempo convenceu-se que tal união era impossível.

No ano de 1940, Jinnah passa a defender a existência de dois estados independentes do Império Britânico. A maioria hindu ficaria na Índia, enquanto que a maioria muçulmana se organizaria em um novo estado que se chamaria Paquistão, que significa “Terra dos Puros”.

No dia 28 de julho de 1946, Jinnah declarou sua oposição ao Congresso Nacional e ao governo britânico, conclamando os muçulmanos e proclamando no dia 16 de agosto como o Dia da Ação Direta. Porém, o que deveria ser apenas uma manifestação pacífica acabou por se transformar num confronto generalizado entre as comunidades hindus e islâmicas, o que levou Jinnah a afirmar que: “Ou teremos uma Índia dividida, ou teremos uma Índia destruída”.

Em março de 1947, quando o novo vice-rei, Lorde Mountbatten, bisneto da rainha Vitória, chegou à Índia, a violência e as atrocidades estavam atingindo níveis insuportáveis. Então o conde de Mountbatten, último vice-rei da Índia Britânica, antecipou a data da independência para 15 de agosto de 1947, sendo que no dia 2 de junho seu plano foi aceito pelas lideranças indianas. Na data marcada a Inglaterra transmitiu o poder aos dois países: Índia e Paquistão.

Apesar da extensão do novo território islâmico do Paquistão ser menor do que Jinnah desejava, ele proferiu as seguintes palavras: “Não me importa o pouco que você me dê, conquanto que eu o tenha completamente”, e assim Mohammed Ali Jinnah tornou-se o primeiro dirigente do novo país, porém um ano após a sua posse, mais precisamente em setembro de 1948, o primeiro governador-geral do Paquistão vem a falecer.



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