quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Modernismo brasileiro e a Semana de Arte Moderna





Concebido sob as influências das vanguardas europeias, o Modernismo no Brasil combateu, em sua Primeira Fase (1922-1930), o tradicionalismo e o conservadorismo existente na literatura e nas artes brasileiras, procurando difundir a liberdade de linguagem e a afirmação de novos valores estéticos. O modernismo foi um movimento literário e artístico cujo objetivo era romper com o tradicionalismo, representado pelo parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica.


No Brasil um grupo de artistas, dentre eles podemos destacar, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e Mario de Andrade, buscavam romper com a submissão aos padrões europeus criando uma arte que fosse genuinamente brasileira. Eles criticavam o passadismo e o realismo, que na visão deles, limitavam a criação. Eles propunham o verso livre da rima e da métrica e, por exemplo, podemos citar a “Paulicéia Desvairada” de Mário de Andrade. A pintora Anita Malfatti também expos seus quadros, em São Paulo, provocando grande polêmica. Toda essa agitação cultural vai se confirmar na Semana de Arte Moderna.


É bem verdade que o modernismo brasileiro não começou em 1922, pois desde 1912, após retornar da Europa, Oswald de Andrade começa a delinear as mudanças nas artes brasileiras e que culminaria nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 com a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, onde são lidos poemas e manifestos, quadros e esculturas são expostos e músicas são executadas, diante de um público que reagiu com vaias e protestos. Estava, assim, inaugurado o período de combate contra os valores sólidos do parnasianismo contra o qual combatiam os primeiros modernistas.


Terminado o evento, o movimento modernista golpeou as estruturas conservadoras das artes brasileiras, a este período foi dado o nome de “fase heroica”, porém, a Semana de Arte Moderna manteve a continuidade no processo de renovação artística. O Modernismo não foi apenas um movimento em si mesmo e acabou por ser um deflagrador de outros movimentos tais como: o Antropofágico, o Pau-Brasil e o Verde-Amarelo, foi sem dúvida, uma explosão de cultura nacional.


A Segunda Fase do Modernismo (1930-1945), também conhecida como Fase da Consolidação, foi caracterizada pelo predomínio da prosa e da ficção. Os ideais difundidos em 1922 se expandem e se normalizam, surgem as temáticas nacionalistas e percebe-se um amadurecimento nas obras dos autores da primeira fase. Surgem nesta fase novos poetas, dos quais podemos destacar Carlos Drummond de Andrade.


Alguns estudiosos consideram a fase iniciada no ano de 1945 até os dias atuais como sendo Pós-Modernista, no entanto compreendemos o período entre os anos de 1945 e 1960 como sendo a Terceira Fase do Modernismo e, como Tendências Contemporâneas o período posterior aos anos 60 até os nossos dias.


Como definido por Mário de Andrade, o que caracterizou o movimento modernista foi a fusão de três princípios fundamentais e que podem ser definidos como sendo os três pilares do modernismo brasileiro: o direito permanente à pesquisa estética, a atualização da inteligência artística brasileira e a estabilização de uma consciência criadora nacional. Podemos dizer que a principal herança deixada pela Semana de Arte Moderna foi a de quebrar as correntes que prendiam a arte brasileira aos padrões nada criativos dos europeus, dando inicio a construção de uma nova cultura baseada essencialmente nos padrões nacionais.

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