domingo, 17 de junho de 2012


Formação Histórica do Brasil



Considerado por muitos como sendo um dos seus principais trabalhos, o livro Formação Histórica do Brasil é uma obra de revisão histórica que segundo o seu autor, Nelson Werneck Sodré, interpreta a história brasileira sob um novo ângulo: à luz do materialismo histórico.

Nelson Werneck, historiados e cientista marxista, foi o pioneiro na aplicação do materialismo histórico dialético como método para a compreensão da realidade social no Brasil.

Ainda, segundo o autor, os portugueses encontraram no Brasil uma comunidade primitiva, ou seja, fomos descobertos na primeira fase do nosso processo histórico e a obra dos colonizadores portugueses levou à montagem de um sistema escravista monocultor em nosso país.

De acordo com o paradigma marxista do autor, ao escravismo dominante nos primeiros séculos de existência do Brasil, teria ocorrido uma espécie de feudalismo ou semifeudalismo, versão contestada por alguns historiadores seus contemporâneos, e causa      de discórdia entre Nelson e outros interpretes.

 Para ele o Brasil conheceu o feudalismo, ele afirmou em seu livro, que uma relação feudal é definida pelo laço de dependência estabelecido entre dominante e dominado. Ele descreve que ao longo da história brasileira a concentração de terras e o patriarcalismo estabeleceram laços de dependência entre os senhores e os escravos, e que no seu entender, se assemelhavam aos laços feudais de servidão.

No capitulo que trata da colonização do Brasil, Nelson Werneck nos fala sobre as diferenças entre o oriente e a América portuguesa.  Apesar de não haver comparação econômica e comercial, o Brasil passou a merecer atenção de Portugal a partir da expectativa de riquezas minerais e por causa da concorrência de navios de outras nações que freqüentavam a costa brasileira contrabandeando pau-brasil e colocando em risco a soberania lusa.

Portugal sente necessidade de povoar o novo território e escolhe a cultura da cana-de-açúcar para dar início a ocupação do solo e cujo comércio lhe garantisse retorno financeiro no mercado europeu.  Eles se utilizam a princípio do trabalho indígena e mais tarde dos escravos negros africanos.

Segundo Nelson Sodré, a riqueza do senhor de engenho media-se muito mais pelo número de escravos que possuía do que pela extensão da sua propriedade. A estrutura da produção colonial no Brasil se definiu como sendo o predomínio da grande propriedade rural, monocultura açucareira e produção escravista.

Enquanto houve interesses comerciais entre a Coroa portuguesa, os holandeses e os senhores de engenho tudo funcionou sem maiores perturbações.  Porém em 1580, Portugal e suas colônias de ultramarinas passaram para o domínio da Coroa espanhola, e a partir daí tudo começou a mudar: espanhóis e holandeses eram concorrentes entre si, e mesmo após 1640, com a reunificação de Portugal, as relações com os holandeses foram se deteriorando e culminaram com a expulsão dos holandeses do Brasil.


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