domingo, 27 de junho de 2010

O Regime Oligárquico - Política do Café com Leite


Podemos afirmar que os partidos políticos tiveram pouca expressão durante a Primeira República, e provavelmente por esse motivo houve o fortalecimento das oligarquias através da Política dos Governadores e do Coronelismo.


Após vencer as dificuldade impostas pelos militares e civis ao seu governo, que era voltado aos interesses dos cafeicultores, Prudente de Moraes consegue eleger seu candidato, Campos Salles, este por ser um político mais habilidoso consegue consolidar a chamada República dos Fazendeiros idealizada pelos cafeicultores e pelo PRP através da chamada Política dos Governadores que se estenderá até a Revolução de 30.


O presidente Campos Salles valorizava as elites formadas por pessoas de tradição e dinheiro, e baseou a sua política nas oligarquias que controlavam os governos dos estados. Era a chamada Política dos Governadores, que consistia na troca de favores entre o governo federal e os governadores estaduais. Com isso Campos Salles ignorava os partidos políticos e apoiava os governadores. Ele criou uma Comissão Verificadora, formada por deputados de sua confiança que tinha por objetivo barrar os deputados eleitos que não se alinhassem na política dos governadores, era a chamada “degola política”, assim só eram eleitas as pessoas que apoiassem as oligarquias estaduais, e estas por sua parte mantinham-se no poder indefinidamente e apoiavam irrestritamente o poder Executivo.


A base da Política dos Governadores era o Coronelismo, ou seja, os grupos formados pelos principais coronéis regionais e suas famílias. O coronel tinha força política no âmbito municipal e devido às eleições serem abertas, os coronéis forçavam os eleitores a votarem nos candidatos indicados por eles, era o chamado “voto de cabresto” no qual o coronel tinha com a população de sua região (curral eleitoral) um compromisso total, garantido pela presença de grupos armados que intimidavam os eleitores, quem não votasse no candidato do coronel, além de perder favores, poderia ser expulso da cidade ou acabar sendo morto.


A Política do Café com Leite surgiu da necessidade do governo para conseguir empréstimos internacionais e para beneficiar os cafeicultores paulistas. São Paulo era o estado mais rico do país por causa do café e Minas Gerais, tradicional estado pecuarista, tinha o maior número de eleitores e por isso possuía o maior número de deputados. A aliança entre São Paulo e Minas Gerais passou a se alternar no poder e este pacto ficou conhecido como Café com Leite em alusão a mistura do café produzido por São Paulo com o leite de Minas.



Reforma Protestante


Durante todo período feudal, o predomínio cultural pertenceu a Igreja Católica, que monopolizava a educação e a cultura. A Igreja era a única instituição centralizada de toda Europa feudal e a sua força era superior a dos reis.


Nos séculos XIV e XV, a degeneração da Igreja atingiu um grau insuportável. O alto clero vivia num ambiente de luxo. Muitas pessoas se convenciam então de que a Igreja se afastara da doutrina original de Cristo, sendo necessário faze-la retornar ao ponto de partida.


Com o surgimento das Universidades, muitos eruditos, passaram a ler a Bíblia independentemente das interpretações da Igreja, difundindo a doutrina original de Cristo. Esses eruditos, tal como Erasmo de Rotterdam, propunham uma reforma no interior da própria Igreja. O primeiro grande movimento dessa natureza foi o movimento liderado por Jan Huss, no reino da Boêmia. Outro movimento popular herético foi liderado por Wycliffe na Inglaterra. Erasmo, ao nível da crítica intelectual, e Jan Huss e Wycliffe, ao nível dos movimentos populares, podem ser considerados os precursores da Reforma Protestante.


Entretanto, o fator imediato responsável pela deflagração da Reforma Protestante foi a venda de indulgências. O Papa Leão X, necessitando de dinheiro para a construção da Basílica de São Pedro, encarregou o monge dominicano João Tetzel de vender as indulgências na Alemanha. Este levou ao máximo tal comércio.


Em 1517, Martinho Lutero, monge e teólogo agostiniano, publicou sua oposição à venda de indulgências e outros abusos da Igreja através das famosas “95 Teses” fixando-as nas portas da Catedral de Wittenberg, onde era pregador. Segundo ele, “Deus não nos julga pelos pecados e pelas obras, mas pela nossa fé”. Em virtude dessa atitude, Lutero foi ameaçado de excomunhão pelo Papa Leão X, caso não voltasse atrás. Lutero recusou-se a uma retratação, sendo excomungado e convocado a comparecer frente a Dieta Imperial, que iria se reunir em Worms, para ser julgado. Nessa Assembléia, pelo fato de muitos príncipes também serem hostis à Igreja, nada foi feito contra Lutero. Entretanto, o imperador Carlos V fez passar um édito, declarando Lutero fora da Lei. Lutero refugia-se nos domínios de Frederico da Saxônia, porém passado o perigo da perseguição pelos soldados do rei, Lutero reiniciou a sua luta e a partir daí a reforma proposta por ele expandiu-se pela Alemanha.


O movimento luterano abriu caminhos para rebeliões políticas e sociais, não previstas por Lutero. Em 1524 eclodiu a Revolta dos Camponeses, composta em sua maioria por membros de uma nova seita, os Anabatistas. Extremamente agressivos e individualistas, levaram às concepções de Lutero sobre a interpretação da Bíblia e reclamavam a supressão da propriedade e a partilha das riquezas da Igreja. Lutero submetia-se as autoridades legítimas e recusou-se a apoiar os revoltosos que acabaram por serem vencidos.



Outono da Idade Média ou primavera dos novos tempos


Em contraste com os importantes desenvolvimentos econômicos e culturais ocorridos na Europa nos séculos XII e XIII a partir do século XIV, fome, peste, guerras, rebeliões camponesas e diminuição na produção agrícola marcaram o início do caminhar da Idade Média rumo ao seu fim.


Com o decorrer do tempo verificou-se que as terras que passaram a ser cultivadas eram improdutivas devido a infertilidade do solo e que depois de algumas colheitas elas produziam cada vez menos. Também devido ao desequilíbrio ecológico causado pelo desflorestamento em larga escala para dar lugar as plantações, passaram a ocorrer chuvas de forma intensa e invernos rigorosos que devastaram os campos comprometendo as colheitas, provocando fome e pobreza aos camponeses, levando a morte parte da população medieval.


Com a diminuição da produtividade rural decorrente das catástrofes naturais e o aumento da exploração por parte dos senhores feudais, ocorreram inúmeras revoltas camponesas. Milhares de camponeses se rebelaram contra os nobres deixando-os temerosos. Grande parte dos camponeses descontentes, passaram a fugir para as cidades em busca de novas oportunidades e de trabalho. Nas cidades respira-se liberdade, já dizia um ditado alemão, e o servo que nela permanecesse por mais de um ano sem ser reclamado pelo seu senhor tornava-se de fato e de direito livre.


Porém, dentre as várias causas para a crise da Idade Média, a de maior repercussão foi a epidemia de Peste Negra que atingiu a Europa em 1348. Vinda do oriente, trazida pelos comerciantes genoveses em seus navios, a Peste Negra era uma doença transmitida pela pulga dos ratos que se espalhou pelo continente europeu provocando a morte em dois anos de um terço da população que já estava debilitada pela fome.


Apesar de todas as crises ocorridas na Idade Média, podemos afirmar que foi uma época de avanços e retrocessos em vários campos. Uma época marcada por muitos conflitos e que influenciou de forma decisiva o que seria o mundo ocidental, fazendo surgir várias instituições que existem até os dias de hoje.



A colonização inglesa, francesa e espanhola no Novo Mundo



A colonização inglesa inicia-se tardiamente com relação às colonizações ibéricas, decorrentes de problemas internos na Inglaterra. Os ingleses procuravam uma rota marítima para a Índia e chegaram ao continente americano. Foi no reinado de Isabel I que surgiram as primeiras colônias no Novo Mundo.

Foi uma colonização de povoamento, marcada no início pela falta de interesse do governo inglês por causa dos constantes ataques hostis dos indígenas, pela falta de alimentos e pela ausência de produtos lucrativos.

Porém, foi no reinado de Jaime I que se instalaram as duas primeiras colônias na América do Norte. Estas colônias foram povoadas por perseguidos religiosos decorrentes da reforma religiosa, na qual a Igreja Anglicana não conseguiu se sobrepor às outras religiões, e o governo inglês permitiu que grupos protestantes se dirigissem e se instalassem na América.


Com relação aos franceses, estes também procuravam uma rota que os levassem a Índia e depois da fracassada tentativa de colonização na América portuguesa (Baía de Guanabara e Maranhão) por um grupo de huguenotes franceses liderados por Nicolas de Villegagnon, os franceses se dirigiram e ocuparam algumas regiões na América do Norte, na América Central e na América do Sul (Guiana Francesa), onde fundaram as suas primeiras colônias. O povoamento destas colônias era pequeno e elas acabaram servindo como postos comerciais e estratégicos. Tais colônias tinham como principal atividade econômica o comércio de açúcar, de peixes secos e frutas tropicais.


Já a colonização da América Espanhola é de caráter exploratório. A exploração das minas de metais preciosos (ouro e prata) é a principal atividade econômica na colônia. A extração é feita através da utilização forçada da mão-de-obra indígena. Por meio do trabalho compulsório, seja ele pelo sistema de encomienda, sistema de mita ou pela semi-servidão, os espanhóis empregaram o trabalho indígena tanto no cultivo da terra como nas atividades mineradoras.

No contato das civilizações pré-colombianas com os conquistadores espanhóis, as populações nativas são praticamente exterminadas, seja através de guerras, pela disseminação de doenças ou pela constante exploração.


domingo, 20 de junho de 2010

Civilização Inca



A civilização inca construiu o maior de todos os impérios da América pré-colombiana. Eles formaram um enorme império que corresponde hoje em dia a Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia, o Chile, chegando até a Argentina. Provavelmente por volta do ano de 1300 instalaram-se num vale no alto dos Andes peruanos, onde estabeleceram a administração, a política e as forças armadas formando desta maneira a sua capital na cidade por eles batizada de Cuzco.


A hierarquia social era estritamente regulamentada e tinha forma piramidal. Tinham um governante forte e o poder centralizado nas mãos do imperador que era o chefe absoluto em assuntos políticos, religiosos e militares. O imperador que era conhecido por Sapa Inca, era considerado como um deus na terra e descendente direto do deus Sol, a principal divindade Inca. A aristocracia formada essencialmente por parentes do Sapa Inca, ocupava os cargos de conselheiros e governadores das províncias, em seguida vinham os nobres (chefes militares, juizes e sacerdotes), a camada média (funcionários públicos e trabalhadores especializados) e a classe baixa (artesãos e camponeses).


Na primeira metade do século XV, provavelmente a partir do ano de 1438, os incas iniciaram sua expansão sobre as terras alheias. Através da conquista militar ou pela assimilação pacífica, eles incorporavam ao seu império outros povos, que eles consideravam culturalmente inferiores.


O êxito dos incas nas suas conquistas e a manutenção do controle sobre os povos por eles dominados, devia-se ao treinamento dos jovens nobres nas atividades militares e a existência de um exército permanente que podia se locomover rapidamente através da extensa rede de estradas por eles construídas e na manutenção de postos de informações percorridos por vários mensageiros que passavam as notícias de um posto ao outro.


Estes caminhos também eram utilizados para o transporte de grandes cargas agrícolas transportadas nas costas dos homens ou sobre o lombo das lhamas. A agricultura era bastante desenvolvida e o cultivo era feito em plataformas em forma de degraus construídas nas encostas das montanhas o que facilitava a irrigação. Os principais produtos agrícolas eram o feijão, a batata e o milho, que era considerado um alimento sagrado.


Apesar de não possuírem escrita, os registros das colheitas, dos habitantes e dos impostos eram registrados e mantidos em quipus, que eram pedaços de cordões coloridos com laçadas em determinados intervalos, onde cada cor representava a contagem de algo.


Eram grandes arquitetos e usavam nas construções de palácios, templos e habitações, enormes blocos de pedra que se encaixavam perfeitamente uns aos outros.



As origens do Cristianismo no Ocidente



Quando, no fim do século V, os reis bárbaros se estabeleceram definitivamente na Gália, eram já cristãs as populações galo-romanas, que então passaram para o seu domínio. De fato, o cristianismo tinha penetrado na Gália romana desde meados do século II. As relações comerciais que união Lion e Marselha aos portos da Ásia Menor tinham permitido a entrada nestas grandes cidades mercantis a apóstolos vindos do oriente. A célebre carta, datada de 171, que refere a perseguição atroz, em que comunidades cristãs de Lion e de Viena, atesta a existência, nesta época, de várias comunidades prósperas e fervorosas.


Daí por diante, nunca mais o catolicismo deixou de se expandir, principalmente nas cidades. A multiplicação dos bispados, a partir do século III, é um dos sinais mais certos desta expansão. A evangelização das aldeias, que se conservavam pagãs até meados do século IV, foi levada a efeito pelo fecundo apostolado do grande Bispo de Tours, São Martinho. A fundação de numerosas freguesias rurais permitiu o desenvolvimento e a organização da conquista cristã no Ocidente europeu.


Três reis bárbaros repartiram entre si o território da Gália, após o desaparecimento do Império romano do Ocidente(476): ao sul do Loire, e até à Espanha, Alarico II, rei dos visigodos; no vale do Ródano, Gondebaldo, rei dos Burgundos; ao norte, e até ao Sena, Clóvis, rei dos Francos. Os dois primeiros professaram um cristianismo degenerado e herético, o arianismo, que o seu povo tinha abraçado, ainda antes da invasão da Gália. Clóvis era pagão.


O batismo do rei dos Francos teve importância capital para o futuro do Ocidente. O historiador Gregório de Tours (século VI) compara Clóvis a Constantino, e com razão. Constantino tinha reunido o Império romano ao catolicismo. Com Clóvis começa a reunião dos Estados bárbaros à fé ortodoxa. Desde o princípio do século VI, perdeu terreno não só o paganismo, mas também a heresia ariana. Clóvis, primeiro ”rei cristianíssimo”, aparece às populações católicas dos reinos arianos, como um libertador, e é assim que se explica a rapidez dos êxitos subsequentes , contra os burgundos e os visigodos (derrota de Alarico em Pointers, em 507). Os próprios reis arianos acabarão por abjurar a heresia. No fim do século VI, Recaredo, rei dos visigodos de Espanha, passa ao catolicismo, enquanto, na Itália, a rainha católica Teolinda, esposa do rei Antáris, e depois, de Agilulfo, prepara os caminhos à conversão do reino lombardo. Estava ali, em germe, a cristandade ocidental da Idade Média.


Por Joseph Lecler



terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil Colonia


Por não conseguir conter as freqüentes incursões dos franceses que contrabandeavam pau-brasil, D. Manoel I, rei de Portugal, criou em 1516 as Capitanias do Mar, que tinham por objetivo garantir o monopólio marítimo de Portugal. Mais tarde, pela falda de eficácia dessas inspeções, que eram realizadas de dois em dois anos e com a crescente perda da hegemonia no comércio com o oriente, D. João III decide distribuir as terras brasileiras através do sistema de Capitanias Hereditárias. Foram criadas quinze capitanias e distribuídas para doze Capitães-donatários. Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram.

Com a falta de lucratividade das capitanias hereditárias, D. João III nomeia como governador geral Tomé de Souza, que chega ao Brasil com a função de guardar a costa brasileira, auxiliar os donatários e organizar a ordem política e jurídica da colônia. Foram criados os cargos de Ouvidor-mor (responsável pela justiça), Provedor-mor (responsável pela Fazenda) e Capitão-mor (responsável pela Defesa). Com Tomé de Souza vieram também os primeiros colonos, os primeiros jesuítas e escravos africanos.

Com a morte do rei D. Sebastião, que não possuía herdeiros, Portugal ficou unido a Espanha de 1580 até 1640, é a chamada União Ibérica. Devido a essa união, o Brasil expande o seu território, ultrapassando o limite divisório estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.

A Coroa cria as chamadas “Entradas” e por iniciativa dos paulistas são criadas as “Bandeiras”, que tinham por objetivo capturar índios, encontrar ouro, prata e pedras preciosas.

Por causa da União Ibérica os holandeses invadem o nordeste brasileiro em 1630 e estabelecem um governo sob o comando de Mauricio de Nassau, permanecendo até o ano de 1654, quando enfim se retiram para as Antilhas.

O cultivo da cana-de-açúcar rendeu grandes lucros para Portugal no mercado europeu. A base da economia colonial brasileira passa a ser o engenho de açúcar e os senhores de engenho passaram a dominar o poder político e econômico das vilas e cidades. A mão-de-obra predominante era a do negro africano, cujo comércio (tráfico negreiro) gerava altos lucros para a Coroa portuguesa e para os negociantes (traficantes) de escravos.

No final do século XVII os bandeirantes descobrem ouro numa região que passou a ser conhecida por Minas Gerais. A Coroa portuguesa passou a cobrar como tributo um quinto de todo o ouro extraído e quando a cota mínima não era atingida os habitantes das cidades eram obrigados a completar a quantidade que faltava, era a chamada “derrana”.

Durante a época colonial aconteceram vários conflitos e insatisfações com a administração colonial que provocaram várias revoltas. Dentre as revoltas que ocorreram podemos citar: a Revolta de Amador Bueno, a Revolta dos Mascates, a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana dentre outras.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Corte Portuguesa no Brasil



Em janeiro de 1808 o príncipe regente D. João e a corte portuguesa chegaram ao Brasil fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte que invadiram Portugal. Em conseqüência da chegada da família real portuguesa ao Brasil, já no dia 28 de janeiro de 1808, os portos do Brasil foram abertos às nações amigas. As mudanças não pararam por ai, e D. João autoriza a criação da primeira faculdade de medicina, no dia 01 de abril ele revoga o decreto que proibia o estabelecimento de fábricas e manufaturas de ouro, prata e tecidos. Em seguida, Dom João, cria a imprensa nacional, uma fábrica de pólvora e funda o Banco do Brasil, com objetivo de financiar novos empreendimentos e a compra de máquinas e equipamentos.

No dia 16 de dezembro de 1815 o Brasil deixa de ser colônia, assumindo a designação oficial de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, passando a categoria de Corte e capital do reino. No mesmo ano, com a morte de D. Maria, o príncipe regente D. João é corado rei.

Com a Revolução Constitucionalista de 1820, ocorrida na cidade do Porto, as cortes portuguesas exigem o retorno de D. João VI para Portugal, que ao embarcar no dia 16 de abril de 1821 deixa seu filho Pedro de Alcântara como príncipe regente do Brasil.

As cortes portuguesas criaram três projetos que reconduziam o Brasil de volta ao colonialismo, retrocedendo desta forma com as medidas de emancipação política implantadas por D. João VI quando da sua estadia no Brasil. Com a declaração de D. Pedro, no dia 09 de janeiro de 1822 de que permaneceria no Brasil, inicia-se informalmente a independência do Brasil.

Porém a separação definitiva ocorreu no dia 07 de setembro de 1822, quando D. Pedro irritado com as exigências das cortes portuguesas, dentre elas, do seu retorno imediato para Portugal, proclama às margem do riacho Ipiranga, em São Paulo, a Independência do Brasil.

No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro e aclamado imperador e no dia 01 de dezembro do mesmo ano ele é coroado pelo bispo do Rio de Janeiro como Imperador do Brasil, recebendo o título de D. Pedro I.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer oficialmente a independência do Brasil. As negociações com outros países não foram fáceis, pois a adoção do governo monárquico com tendências absolutistas de D. Pedro I, gerou algumas resistências por parte dos países latinos e também por parte dos países europeus que não aceitavam de bom grado a independência de nenhuma de suas colônias. Porém com a intermediação da Inglaterra, o Brasil obtém o reconhecimento internacional da sua independência, inclusive por parte de Portugal, que somente reconheceu o Brasil como nação independente no ano de 1825, após receber a indenização no valor de dois milhões de libras esterlinas.

domingo, 6 de junho de 2010

A classe senhorial do Brasil no período Colonial



No período colonial brasileiro a classe dominante era composta pelos senhores de engenho, ou seja, a sociedade açucareira era patriarcal segundo a definição de Gilberto Freyre. A maioria deles vinha da pequena nobreza portuguesa. Também podiam ser comerciantes ou aventureiros pertencentes às boas famílias lusitanas, que recebiam terras na Colônia para produção. Os senhores de engenho eram os grandes proprietários, a elite dominante que formava a aristocracia brasileira na época do Brasil colonial.

Os senhores de engenho detinham em seu poder os grandes latifúndios produtores de cana-de-açúcar, donos da terra e dos escravos, exerciam amplos poderes sobre todos aqueles que nela viviam. Dominavam e submetiam ao seu poder a mulher, os filhos, e todas as pessoas agregadas, que moravam no engenho prestando algum tipo e serviço em troca de proteção e auxilio, sendo familiares ou não, e todos os trabalhadores assalariados, tais como, feitores, mestres-de-açúcar e artesãos.

Seu domínio ultrapassava os limites da sua propriedade e a sua palavra tinha de ser respeitada e considerada como lei, contestá-la era considerado um abuso imperdoável. Tinham um grande poder político nas vilas e nas Câmaras Municipais, onde deliberavam sobre assuntos econômicos, políticos, administrativos e comerciais, interferindo diretamente na vida colonial.

A posse de escravos e de terras determinava o lugar ocupado na sociedade colonial, e podemos aqui transcrever o que disse Antonil: “ O ser senhor do engenho é o título que todos aspiram porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado por muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionadamente se estimam os títulos entre fidalgos do reino”.

Tamanho era o poder do senhor de engenho que por vezes decidia sobre a vida ou a morte daqueles que estavam sob seu domínio. A sua mulher lhe era submissa, na maioria das vezes analfabeta, e considerada com inferior. Ao morrer todos os seus bens eram herdados pelo filho mais velho que se tornaria senhor e para o qual todos deveriam obedecer.

Submetia a todos às suas vontades e caprichos, e ao se envolver promiscuamente com as suas escravas, moralista como era e com a consciência culpada, transferia a sua torpeza de caráter e perversão sexual à suposta lubricidade da raça negra.

Para terminar podemos citar Gilberto Freyre, segundo ele as condições criadas para colonização através das capitanias hereditárias e mantidas pelo sistema de produção solidificaram o poder dos senhores de engenho. O senhor de engenho ficou dominando a colônia quase que sozinho. Verdadeiros donos do Brasil. Donos da terra. Donos das mulheres. Donos dos homens.

sábado, 5 de junho de 2010

Os primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil


Vasco da Gama, navegador português, contornando o continente Africano e ultrapassando o Cabo da Boa Esperança, foi o comandante da primeira expedição marítima que, partindo de Lisboa, chegou a Índia. Vasco da Gama, foi o responsável pela exploração das costas do Oceano Índico. Visando obter a hegemonia comercial que por longos anos pertencia as cidades de Gênova e Veneza, levou a colonização portuguesa ao Oriente. Somando-se essa conquista aos entrepostos comerciais portugueses que já existiam na África, Portugal se tona o primeiro grande império colonial da Europa.

Comandada por Pedro Álvares Cabral, fidalgo da corte portuguesa, uma grande expedição com treze embarcações, parte de Lisboa com destino a Calicute com o objetivo de manter o monopólio comercial com a Índia. Porém intencionalmente ou por causa de uma calmaria, a esquadra de Cabral acaba por encontrar no dia 22 de abril de 1500 uma terra, que de início foi chamada de Ilha de Vera Cruz, no ano seguinte de Terra de Santa Cruz e em 1503 vem a ser chamada de Brasil.

Devido ao importante comércio das especiarias estabelecido com o oriente, que gerava grandes lucros para Portugal, de inicio não houve grande interesse pela nova descoberta de Cabral, ficando restrita apenas a extração de pau-brasil, árvores encontrada em abundância da qual se extraia uma substância de cor avermelhada utilizada como corante para tingir tecidos e cuja madeira de grande resistência era utilizada para construção de navios e de mobiliário.

Durante as primeiras três décadas do século XVI, o Brasil não despertava grande interesse para Portugal, pois a burguesia e o governo português obtinham grandes lucros com as especiarias vindas do oriente, principalmente a pimenta, e os produtos africanos, tais como ouro e marfim.

Decorrente dos problemas financeiros que Portugal passava pela perda do monopólio do comércio das especiarias e com a possibilidade da perda de parte do território brasileiro para outras nações que freqüentavam o novo território, principalmente a França, extraindo ilegalmente pau-brasil, o governo português finalmente vê a necessidade de iniciar a colonização do Brasil.

Nesse intuito, Dom João III, rei de Portugal, envia ao Brasil no ano de 1530 a primeira expedição colonizadora, comandada por Martim Afonso de Souza. Tinha por objetivos a povoação da terra, sua defesa e a exploração econômica dos seus recursos naturais. Sabedor das características propícias do solo brasileiro para o cultivo da cana-de- açúcar, produto de grande aceitação na Europa e considerado como ouro branco, Martim Afonso de Sousa traz as primeiras mudas de cana de açúcar e funda em 1532 a primeira vila em solo brasileiro, São Vicente, demonstrando com isso definitivamente o interesse da Coroa Portuguesa pelo Brasil e marcando o início de sua colonização.